O amor já passou.
O verão também.
As idas e vindas foram todas
embora.
Todos os domingos do mundo
anunciam a mais cinza de todas as segundas, que depois do meio dia também vai
ter o seu declínio.
A amargura não tem pressa.
Nem pra chegar e nem pra
partir.
A pressa está no que resta.
A mensagem que não chega
no
celular que esquenta e esfria
no liga e desliga de
um roteiro neurótico de vai e volta e vem e vai;
Facebook, twitter, instagram
e vice- versa e versa e vice.
Nada aconteceu nos últimos
quinze segundos.
Percebeu?
E mesmo assim o dedo
indicador desliza domesticado na tela.
Sabe quem perguntou por você?
- Ninguém.
Não que existam grandes
planos para os próximos quinze segundos
e nem muito mais pra frente.
Não existem grandes planos.
Não é o fim do mundo.
Mas ninguém vai te ligar ok?
Nesses tempos em que o coração
e a alma cabem no teclado do telefone celular
existe mesmo pouco espaço pra pensar sem pressa.
Vinho com skipe,
Cerveja com mensagem,
Tudo acelera, tudo pode, tudo
é agora.
E mesmo assim nenhuma letra
serve.
Nenhum nome na lista de
chamadas não atendidas.
E já se passaram quinze
segundos e talvez passe a vida inteira e essa pressa não vai embora.
Existem coisas que
simplesmente não vão ser resolvidas.
É simples e triste assim:
Suas razoes e sua vontade de
se explicar,
a sua certeza absoluta.
Esqueça
Isso nunca vai se resolver.
Mesmo com tanta tecnologia no
mundo
Esqueça
Ela nunca mais te escrever.
E mais uma vez o mundo não
vai acabar.
Já se passaram outros quinze
segundos
Percebeu?