terça-feira, 12 de março de 2013

como entender as mulheres


Meu filho mais velho, Pedro, vai fazer vinte e um anos. Ele anda triste. Não sabe bem o motivo, mas eu desconfio; com duas décadas de existência é difícil mesmo  entender os solavancos da alma
principalmente quando os tremores são provocados por almas femininas.
Eu tenho mais que o dobro da idade dele e a mesma incapacidade.
Queria dar de presente um manual de instruções, um guia pratico de navegação. 
Informação pontual pra não se perder.
Siga a seta, ligue os pontos, ria na hora certa, chore, minta, corra, volte, fique.
Beba,
esqueça.
Coisas assim pra resolver a fossa que ele encontrou na esquina desses vinte anos.
Não é falta de possibilidade, é falta de olho brilhando, de frio na barriga
o mundo rodando ao contrario sem ninguém pra reparar.
Ele confessa que não sabe lidar com a frustração de tanta expectativa. 
Eu queria dizer; Pedro, meu filho, ninguém nesse mundo sabe.
Nem as próprias mulheres sabem.
Mas o problema é que o tempo todo parece que elas sabem.
É por isso que nós perdemos o rumo.
E nem a experiência de vida, nem todos os sábados de sol de Belo Horizonte, do Recife
ou da avenida Paulista vão resolver essa matemática difícil.
Somos todos moradores desse mesmo começo de século.
Tudo muito rápido e pratico, muito conveniente e higiênico.
Tem um lugar certo pra fumar, outro pra beber, tem lugar pra conhecer, tem rapidez pra viver, beijar, ligar e depois  desligar.
E tudo vai embora e começa tudo de novo.
Uma musica nova, outro aniversário, outra cor de esmalte pra reparar, outra moda pra gostar ou não . Quase nem dá tempo.
O maior amor do mundo acabou na semana passada
o suor nas mãos secou dez dias antes.
Uma chegou do Canadá , outra terminou a faculdade, outra é nova no prédio, outra ele nem sabe o nome.
Tudo igual.
Tudo nada.
Elas também queriam muito mais . Não é nada de príncipe encantado, nem nada que pareça difícil. A vida normal é um conjunto vazio e parece que elas sabem lidar melhor com tudo isso. 
E  já faz muito tempo.
Eu juro Pedrinho que se eu soubesse eu te contava rapidinho.








9 comentários:

  1. É assim mesmo fernando rs. De parabéns ao seu filhote! Boa noite @wilzapinho

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  2. É mesmo um mistério viver nesse século onde tudo acontece rápido demais que não conseguimos direito digerir tantos sentimentos ;aí vem uma indiferença que não é nada bom ,pra um ser que deve ser no minimo humano.

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  3. Continua um artista, das palavras pelo menos...

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  4. Meu filho tem também vinte e um anos e passa pela mesma situação.

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  5. Não é mesmo para se saber ou para se ensinar...tem que viver... Mas a diferença entre homens e mulheres talvez seja a entrega...entrega verdadeira e honesta...assim, mesmo depois que a lua passa a gente sente que valeu!

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  6. Bem escrito o relato, gostozo de ler, apesar de frustrante, comum e real a história !
    Mas, se não conseguirmos colocar a vida de "Jesus, o Cristo ", nas entrelinhas destas realidades, vamos continuar lutando para achar razão pra esta vida até entrarmos dentro de um caixão.
    Depois, apesar de passado de hora, vamos ficar sabendo que deveríamos ter dado crédito as histórias que lemos ou ouvimos e por decisão nossa, as achávamos da Carochinha ! Pense nisso !

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  7. Viver com esse nó na garganta é mais difícil do que se possa imaginar a ponto de saber se descrever em palavras, ou até mesmo saber a razão. É algo sem explicação, irracional, bom e ruim ao mesmo tempo. A dúvida do “mando não mando”, do “devo não devo”... É a expectativa dos nossos “achismos” serem reais. É a força que se deve ter em chorar e sofrer com um sorriso no rosto. É desmoronar a noite até encharcar o travesseiro de choro. É ter que aguentar a cabeça vazia num domingo chuvoso! Avisa ele que tá todo mundo no mesmo barco... ;)

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  8. FERNANDO FALA P ELE CURTIR CADA MOMENTO DA SUA VIDA.MAIS TARDE ELE VAI LHE AGRADECER.¨ SEM PASSAR A ANCIEDADE QUE NOS DÁ." SOU MUITO TB. BJS. AMEI O TEXTO.

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  9. A verdade é que ninguém tem a formula do amor... ficamos catatônicos na espera de desvendar o outro, quando na verdade vivemos uma vida inteira dentro de nós mesmos e não conseguimos (na maioria das vezes) nem nos desvendar. O único jeito de encontrar a felicidade no outro e deixar como você disse la no seu outro texto A RESPONSABILIDADE COM O DESTINO. Ele sabe o momento certo de nos colocar diante de cada situação, sendo ela favorável ou não; até porque.... tudo passa!

    f.barcelos

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