sexta-feira, 21 de junho de 2013

grandes erros





Não ter lido o livro de cientologia
nem ter reparado melhor o sapato vermelho.
ter ligado aquela hora da noite.
Ter misturado  cerveja com vinho
não ter ligado aquela hora da noite.
O que se enxerga durante
não é o que se vê depois.
Quando tudo é muito e imenso
é lente de aumento e talvez não seja amor.
E quando tudo fica longe e nublado
Nem sempre é esquecimento.
Pode ser só uma vista aérea.
Cartão postal  na  parede branca do quarto.
Entre o começo e o fim ficam eles;
Os erros.
No século passado eu pensava 
que era jovem demais
pra entender essas coisas que perturbam a vida 
e que precisam ser resolvidas de todo jeito.
Esses foram os primeiros erros.
Quem disse que essas coisas resolvem?
Que o mundo tem que voltar a rodar do lado certo?
Aquela falta de ar, aquele telefone ocupado,
Nunca me recuperei.
Nunca mais voltei de lá.
virei gente grande.
Não consegui ler James Joyce,
nem jogar I ching com as varetas.
Fui de Leducha e Leminsky,
decorei Fante e Torquato, cortei Frida.
Em Eloí Mendes aprendi a tomar vodca com Campari.
Jamais  encontrei meu fio de Ariadne e sempre me perdi na volta.
Na teoria e na pratica na  tentativa e no  erro cheguei ate aqui achando que já sabia o caminho.    
Vou ficando velho e ainda não aprendi.





2 comentários:

  1. Fernando, há muito tempo textos não conversam comigo e me emocionam como os teus tem feito. Vai ver tb estou ficando velha.. rs
    Parabéns pela sua espontaneidade e sensibilidade.
    e Obrigada.

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  2. "O que se enxerga durante
    não é o que se vê depois.
    Quando tudo é muito e imenso
    é lente de aumento e talvez não seja amor."

    Você é demais =)

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