sábado, 27 de setembro de 2014

pra ir embora




A febre da despedida toma conta de mim
Varias vezes por dia- por telefone ou por carta
Em cada letra no giro da chave do carro indo e ficando- quando a mensagem acaba quando o telefone desliga e quando o outro dia não chega-
 Febre de Gripe que carrego comigo
Remédio que tomo é de  folha de clorofila
Não é o suco nem o processo das plantas
Não é nada que não exista- é uma folhinha verde pequena e frágil de cheiro breve
De nuvem  de avião . Plantei no fundo do armário escondidinha  que só e nasceu mesmo assim.
Não parece que ela vai resistir muito tempo.
Nasceu onde normalmente não cabem plantas nem cabe verde nem bate sol- e mesmo assim parecendo não existir
Ocupou as gavetas e os cabides
Abriu as portas e trouxe luz-
A febre que eu sinto na despedida vem dela
E o remédio também-
 dizem que essas folhinhas não duram muito.
Eu plantei mas nem sei onde começa sua terra
Também não faço ideia  onde termina.
O que eu sei é que ela existe.
E hoje isso é o bastante
É tudo.
É um tanto.

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